sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Bulimia

Tal como a anoréctica a bulimica tem uma obsessão exagerada sobre o proprio corpo, esta preocupação excessiva "obriga" as bulimicas a concentrar toda a sua atenção nos alimentos, que por sua vez se transformam em "inimigos".
A concentração na comida exprime um sofrimento profundo que vem de longe e que nasce, muitas vezes, da falta de afecto, do medo das emoções e da propria vida.
Estas raparigas(e raramente rapazes) chegam a ser "escravas" da comida e em alguns casoso, a morrer por ela, é por isso que estas doenças são algo muito mais grave do que uma simples alteração dos hábitos alimentares.
A bulimia esta inserida numa categoria dos disturbios alimentares chamada purgação, a purgação consiste no vomito auto-induzido ou o uso inadequado de laxantes e diurécticos para eliminar os alimentos do organismo.
A bulimia nervosa é um disturbio alimentar grave que se caracteriza por episódios de ingestão compulsiva que consisitem em comer, num curto periodo de tempo, uma quantidade anormalmente grande de comida,com a sensação de perda de controlo. Nestes episodios as (os) doentes ingerem habitualmente comida que consideram "proibida" (como doces e hidratos de carbono). Estes doentes têm ainda comportamentos compensatórios como vomitar, usar laxantes, diuréticos ou outros medicamentos, fazer jejum e exercicio fisico excessivo.
Os episodios de ingestão compulsiva começam habitualmente durante ou depois de uma dieta restricta. Estes episodios originam reacções emocionais negativas que muitas precipitam os comportamentos de purga. As bulimicas quando têem os episodios de empanturramento e os comportamentos de purga sentem muita vergonha e culpabilidade. Habitualmente mantêem a sua doença em segredo (mesmo em relação aos seus familiares mais proximos) e procuram tardiamente ajuda especializada, tambem devido a manterem esses actos de purga em segredo, e ao facto de manterem o seu peso normal ou com pouca variação deste, essas pessoas conseguem esconder os seus problemas dos outros por anos...




Uma ou Várias Causas?


Existem muitas incertezas acerca das causas das doenças do comportamento alimentar. Estão identificados vários factores de risco, embora se desconheça quais as causas directas. Parece que os factores, que levam ao início destas doenças, são distintos daqueles que as mantém após se tornarem problemáticas. Tanto a anorexia como a bulimia nervosas podem ser desencadeadas por um regime alimentar rigoroso, mas as razões que conduzem ao seu desenvolvimento englobam não apenas o desejo de emagrecer.
A origem destas doenças resulta de uma complexa interacção entre os factores biológicos, psicológicos, familiares e sócio-culturais.

 Factores biológicos -está descrita uma predisposição genética para o desenvolvimento deste tipo de doenças, ou seja, haver algum familiar directo com o mesmo padrão de doença. Alguns estudos revelam que a predisposição genética para desenvolver obesidade poderá aumentar o risco de vir a ter bulimia nervosa.

 Factores Psicológicos – No caso dos doentes com bulimia nervosa, encontram-se comportamentos contraditórios. Se por um lado, controlam aquilo que consomem, usando para isso comportamentos compensatórios, por outro, tem crises de voracidade alimentar totalmente descontroladas. As doenças do comportamento alimentar podem também representar um modo de lidar com emoções difíceis. O tempo dispendido a pensar nos alimentos e na perda de peso, não permite lidar com outras emoções. Esta doença pode assim funcionar como uma barreira contra as dificuldades e pressões do dia-a-dia.

 Factores Familiares – Os factores de risco familiares podem estar relacionados com ambientes adversos, tias como a falta de coesão e contacto entre membros da família, expectativas excessivas, super protecção dos pais, rigidez e discordância familiar. A existência de familiares que façam, constantemente regimes alimentares pode levar ao despoletar deste tipo de doenças. Outras causas associadas podem ter a ver com alguns comentários críticos repetidos pela família acerca do peso, figura corporal e alimentação da mesma.

 Factores sócios – culturais – As influências sócio-culturais podem estar também implicadas nas doenças do comportamento alimentar, particularmente no início das mesmas. O corpo magro é encarado como símbolo de beleza, poder, auto-controlo, modernidade, sucesso e aceitação social. Os media não só incentivam esta ideia como também divulgam o modo de o obter. Em certos centros ocupacionais e recreativos faz-se pressão para a necessidade de magreza. Em algumas profissões e certos desportos, por exemplo, exigem indivíduos com figura magra, incentivando e sugerindo maneiras de obter esta figura desejada.

 Outros Factores – Situações como o inicio da puberdade, a mudança para uma nova escola, o inicio de um emprego, a morte de alguém próximo, o divórcio, o casamento, os problemas familiares, receber comentários críticos de alguém com importância para o próprio e os sentimentos de competição podem aumentar as expectativas depositadas numa pessoa. No entanto, esta pode não saber lidar com estas situações. O indivíduo, pelo desejo de controlar e resolver os problemas gerados no dia-a-dia, sob influências culturais que comparam o sucesso e a felicidade á magreza, começa a preocupar-se com a obtenção de um corpo perfeito, em vez de enfrentar as dificuldades.


Diagnóstico.

Pode-se estabelecer um diagnóstico de bulimia nervosa quando:

Existem episódios recorrentes á ingestão compulsiva de uma quantidade de alimentos muito superior á maioria das pessoas;

Ocorre(m) comportamento(s) compensatório(s) recorrente(s) para perder peso e prevenir o seu ganho, tais como vómito auto-induzido, abuso de laxantes, clisteres ou outros medicamentos, jejum prolongado e/ou exercício físico exagerado;

Os episódios de ingestão compulsiva, seguidos de manobras compensatórias de eliminação, ocorrem, pelo menos, 2 vezes por semana, durante, no mínimo, 3 meses;

Há preocupação persistente com a forma e peso corporais, que influencia decisivamente a Auto-estima, com sentimentos depressivos e perda de Auto-confiança sempre que ganham peso.

O episódio de ingestão compulsiva, primeiro critério, decorre a um ritmo acelerado e caótico. Não existe qualquer selecção de alimentos e, a partir de certa altura, desaparecem as sensações de prazer ou de obtenção de saciedade. É acompanhado de um sentimento de total falta de controlo, sem possibilidade de parar. Para facilitar a indução do vómito subsequente, a ingestão rápida e compulsiva de alimentos sólidos é acompanhada também pela ingestão de grandes quantidades de líquidos. O vómito é o comportamento compensatório, segundo critério, mais utilizado (80% a 90% das bulimicas que são submetidas a tratamento). Este processo exige, inicialmente, um grande esforço. O vómito é induzido graças á introdução dos dedos na garganta, mas nas fases avançadas da doença é conseguido quase espontaneamente pela simples flexão do tronco sobre o abdómen e compressão da musculatura abdominal. Os episódios de ingestão compulsiva são frequentes, terceiro critério, e podem prolongar-se no tempo, ou seja, começar por exemplo no restaurante e concluir-se em casa ou vice-versa. Se o impulso persistir em casa e a pessoa não encontrar mais nada para comer, pode dirigir-se a uma pastelaria e comer até 40 bolos de seguida. Os ataques sucedem com maior frequência á tarde ou á noite, geralmente nas horas em que se torna mais fácil passar despercebido. Em relação ao último critério, as bulímicas vivem com o medo de engordar, com a preocupação constante das suas formas corporais e o seu peso, que, ao contrário das anorécticas, se mantém dentro dos limites da normalidade.


Dois Subgrupos

Em termos de comportamento, existem diferenças marcadas entre os indivíduos com anorexia e com bulimia nervosas, podendo-se identificar dois subgrupos em cada uma das doenças. No caso da bulimia nervosa, podemos identificar dois tipos de comportamento, que permitem a divisão em dois grupos: a bulimia do tipo purgativo e a do tipo não – purgativo. No primeiro grupo verifica-se a utilização de laxantes, diuréticos e de vómito auto-induzido. No segundo, a compensação ocorre apenas graças a uma actividade física exagerada e a períodos de jejum prolongados. A diferença entre os dois grupos estende-se ao plano psicológico: os doentes pertencentes ao primeiro grupo são mais ansiosos em relação aos alimentos e apresentam alterações de personalidade, aproximando-se das anorécticas do tipo bulímico. Para que se possa falar de bulimia nervosa, a ingestão compulsiva deve ocorrer pelo menos 2 vezes por semana, podendo atingir a frequência de 2-3 vezes por dia. Nos casos mais graves, chega-se a perder a conta destes episódios. Os doentes com bulimia nervosa de tipo purgativo, tal como as anorécticas de tipo bulímico, possuem uma menor Auto-estima e uma maior incidência de perturbações de humor.

Consequências.

O número de complicações físicas observado em doentes com bulimia nervosa parece ser relativamente menor aos doentes com anorexia nervosa. No entanto, esta doença acarreta graves problemas de saúde, alguns dos quais podem estar mesmo a levar á morte Alguns riscos desta doença são:

• Cerebrais e psicológicos: -Ansiedade;
-Vergonha;
-Baixa auto-estima;
-Depressão.
• Cabelo: - enfraquecimento e queda de cabelo.
• Cardiovasculares: -Batimentos cardíacos irregulares (arritmias cardíacas);
-Pressão arterial baixa (hipotensão);
-Paragem cardíaca.
• Sanguíneos: -Anemia.
• Fluidos corporais: -Desidratação;
-Inchaço das extremidades por retenção de líquidos;
-Níveis baixos de sódio, potássio e magnésio.
• Musculares e articulares: -Fadiga e perda de energia;
-Fraqueza muscular;
-Escoriações nas mãos e nas articulações.
• Renais
• Hepáticos
• Dentários: -Sensibilidade e temperaturas extremas;
-Perda do esmalte dentário/aumento das cáries.
• Gastrointestinais: -Bochechas inchadas;
-Irritação crónica da garganta;
-Irritação e ruptura do esófago;
-Sangue no vómito;
-Dilatação e ruptura gástrica;
-Úlceras;
-Alteração do mecanismo de saciedade;
-Alteração do funcionamento gástrico e intestinal;
-Obstipação/Diarreia.
• Hormonais: -Aumento das glândulas salivares;
-Menstruação irregular.
• Outros: -Tonturas e dores de cabeça;
-Falta de ar;
-Dores no peito;
-Morte…


Tratamento

As doenças do comportamento alimentar são multideterminadas. Factores biológicos, sócio-culturais, individuais e familiares contribuem para o seu desenvolvimento, de diferentes formas, em indivíduos diferentes.
O tratamento destas doenças é complexo, moroso e especializado, reconhecidamente difícil, em que a eficácia da terapia depende da existência de condições adequadas e de uma equipa multidisciplinar que funcione de forma a lidar, eficazmente, com os aspectos psicológicos, psiquiátricos, médicos e sociais destas doenças.
Tanto na anorexia como na bulimia nervosas, o primeiro passo do tratamento a dar é o mais difícil. Antes de tudo é preciso que o individuo admita e assuma que tem um problema. Logo a seguir, e não menos complicado, terá de assumir a doença operante os outros e pedir ajuda.
O problema é demasiado grave para ser mantido em segredo e necessita de ajuda especializada. Os indivíduos com doenças de comportamento alimentar geralmente não estão habituados a partilhar os sentimentos, sobretudo com a terapeuta. Têm demasiada vergonha em revelar o que estão a fazer. De um modo geral, uma bulímica que procura tratamento está mais motivada para a mudança que uma anoréctica.
No doente bulímico, o medo de engordar é o sintoma chave da doença. Por outro lado, espera que a cura seja rápida e radical e , sendo impulsivo, não suporta a ideia de que a supressão das crises bulimicas seja lenta e sujeita a recaídas.
O primeiro objectivo no tratamento é acabar com o ciclo de ingestão compulsiva, seguida de manobras de compensação. Por isso, é necessário que seja aceite o estabelecimento de um padrão alimentar regular e disciplinado.
A bulímica também vai precisar de reaprender a conviver com os outros durante as refeições, entrar em supermercados, fazer compras, ir a festas, participar nos almoços com a família, enfim voltar a lidar com o lado social da alimentação.
O tratamento das doenças do foro alimentar processa-se numa longa e intensa interacção entre o doente e os profissionais de saúde, assim é fundamental que seja discutido com a paciente uma terapia onde os objectivos sejam clarificados e as etapas bem definidas.
As decisões relativas ao tratamento, em cada etapa são tomadas de acordo com alguns critérios fundamentais:
1. Idade;
2. Contexto de vida actual;
3. Duração e evolução da doença;
4. Sintomatologia actual;
5. Tratamentos anteriores;
6. Personalidade prévia (depressão, impulsividade, etc.)
7. Estado físico.
A cura de um doente bulímico passa por uma série de componentes essenciais á sua reabilitação:
• Alimentação/Aconselhamento nutricional;
• Medicação;
• Terapia de grupo;
• Terapia familiar;
• Terapia individual/cognitivo-comportamental.
• E grupos de apoio.



a seguir vamos ver alguns dos sintomas da bulimia:

Físicos

• Grandes oscilações no peso. No entanto, os doentes normalmente apresentam-se com um peso dentro da normalidade;
• Irregularidade menstrual;
• Garganta irritada e glândulas inchadas como consequência do vómito auto-induzido;
• Problemas dentários (diminuição do esmalte/aumento das cáries);
• O vómito é induzido, normalmente, através da colocação de dois dedos da mão na garganta, criando um calo debaixo do nó dos dedos pela repetição do contacto com os dentes do maxilar superior (Sinal de Russell);
• Dificuldade em dormir;
• Fraqueza e dor muscular;
• Fadiga.

Psicológicos

• Emotividade e depressão;
• Alterações de humor;
• Obsessão por dietas;
• Dificuldade de controlo. Estes doentes têm medo de não conseguir parar de comer voluntariamente;
• Auto-criticismo severo;
• Auto-estima determinada pelo peso;
• Pensamentos de auto-censura depois de comer (culpa/vergonha);
• Necessidade de aprovação dos outros.

Comportamentais

• Padrão alimentar caótico embora exista uma obsessão sobre o que deverá ingerir, a quantidade e o que constitui alimentos bons e maus;
• Comer ás escondidas;
• Indisposição depois das refeições;
• Jejum prolongado e frequente;
• Fuga a restaurantes, refeições planeadas e eventos sociais;
• Isolamento social;
• Comportamentos compensatórios (Vómitos, Laxantes e diuréticos);
• Exercício físico excessivo;
• Comportamentos aditivos (por ex.: Abuso de álcool e drogas…)

fonte:
Distúrbios Alimentares na Adolescência
Lisboa-
ComMedida - Associação de Apoio a Doentes do Comportamento Alimentar
email: commedida@gmail.com
contacto:+351 965493081



quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A vida como uma viagem

 
 
A vida como uma vagem

Vamos, por breves instantes, comparar a nossa vida com uma viagem. Vamos supor que necessitamos chegar a um determinado ponto longínquo e desconhecido para nós. Certamente, a primeira coisa que faremos será pegar num mapa, assinalar a nossa meta e traçar o percurso que nos conduz do ponto onde estamos a esse determinado ponto que pretendemos alcançar.

Outros detalhes poderão igualmente ser importantes, tais como determinar o tempo que levaremos, as etapas da viagem, os pontos de paragem, os recursos necessários para lá chegar, etc. De igual forma, na nossa vida, precisamos em primeiro lugar de identificar as nossas metas e, de seguida, elaborar um plano detalhado para lá chegar.

Quando empreendemos uma viagem, pode acontecer que nos enganemos no caminho. Isso não será razão para desistirmos da viagem. Iremos certamente reformular a nossa direção ou procurar novos caminhos. De igual forma, na vida, podemos chegar à conclusão que as nossas decisões não foram as mais acertadas e que não nos estão a levar ao ponto que pretendemos. É importante essa tomada de consciência, para que possamos fazer alterações aos nossos planos, preparando abordagens mais adequadas. Desistir não é uma opção. Desde que mantenhamos o foco na nossa meta, com imaginação e criatividade conseguiremos sempre encontrar novos caminhos para lá chegar.

Quando viajamos, poderemos achar confortável seguir pelas estradas assinaladas nos mapas. Contudo, todos sabemos que são os caminhos menos conhecidos os que nos oferecem as paisagens mais deslumbrantes. Abrir-se ao desconhecido para explorar novos rumos, pode muito bem ser a chave para usufruir momentos inesquecíveis. Assim é também na vida. Muitas vezes, é necessário corrermos riscos e sairmos do padrão. Os desafios que superamos pela nossa própria iniciativa e inovação são sempre os mais gratificantes.

Por fim, sempre que chegar a uma encruzilhada e não souber que caminho tomar, tanto na viagem como na vida, permita-se entrar em contacto com a sua intuição. Centrando-se no seu interior, com o tempo, irá habituar-se a tomar os melhores caminhos e decisões.

Algumas perguntas de autorreflexão:
  • Que ações são necessárias para atingir os meus objetivos?
  • Em quantas etapas posso dividir o percurso até à minha meta?
  • Qual o prazo de tempo requerido para cada uma das etapas?
  • Que alterações posso fazer a cada momento para garantir que desfruto tanto do destino final como da viagem em si?
  • Como poderei tornar-me mais flexível e aberto à mudança?
  • O que posso fazer para ampliar a minha intuição?

Fonte:Harmoniza

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP)



RESUMO
O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) foi descrito pela primeira vez nos anos 1950. Contudo, sua elevação à categoria diagnóstica apenas ocorreu em 1994, quando foi incluído no apêndice B do DSM IV, com critérios provisórios para seu diagnóstico. Trata-se de uma síndrome caracterizada por episódios recorrentes de compulsão alimentar, sem qualquer comportamento de compensação para evitar um possível ganho de peso. Incertezas quanto a seus parâmetros diagnósticos como caracterização da quantidade de alimentos ingeridos, duração de um episódio de comer compulsivo, ou mesmo o valor da perda de controle sobre a ingestão alimentar, tornam difíceis uma homogeinização de um grupo sindrômico. Desta forma, estudos epidemiológicos podem revelar diferentes dados de caracterização da população portadora deste transtorno. Isto reforça a necessidade da manutenção de estudos para avaliação desta patologia.
Palavras-chave: Transtorno da compusão alimentar periódica, binge eating disorder, obesidade.

ABSTRACT
Binge eating disorder was first described in 1955. However, its upgrade to a diagnostic category only occurred in 1994, when it was included in appendix B of DSM IV, with provisory criteria. It is characterized by recurrent episodes of binge eating, without any compensatory behavior to prevent a possible weight gain. Uncertainties about the diagnostic criteria like the amount of food ingested, the duration or the value of the loss of control during a binge eating episode make its characterization difficult. Then, epidemiological studies may reveal the characterization of this disorder. This means that more studies are needed for an appropriate evaluation of this pathology.
Keywords: Binge eating disorder, obesity.



Introdução
Durante muito tempo, indivíduos obesos foram considerados como pertencentes a um grupo homogêneo baseado apenas em uma característica comum o peso. Ignoravam-se desta forma as possíveis diferenças comportamentais que podem, em alguns casos, ter sido as desencadeadoras da obesidade (Friedman,1995).
Obesos comedores compulsivos podem constituir uma subcategoria entre a população obesa, apresentando níveis mais elevados de psicopatologia, especialmente a depressão e transtorno de personalidade, uma gravidade maior e início mais precoce da obesidade, um percentual maior de sua vida gasto com dietas e prejuízo no funcionamento social e ocupacional (Napolitano, 2001).
O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) foi descrito pela primeira vez nos anos 1950 por Stunkard (1959). Contudo, sua elevação à categoria diagnóstica apenas ocorreu em 1994, quando foi incluído no apêndice B do DSM IV (Apa,1994), sob a forma de transtorno que necessita de maiores estudos para melhor caracterização. Assim, desde então, ocorreu um maior interesse em pesquisas nesta área, diferenciando um subgrupo de pacientes obesos com características alimentares específicas (Zwaan,1997). Além disso, parece que os níveis de psicopatologia exibidos pelos pacientes com TCAP estão associados ao número de episódios de compulsão alimentar (Hay, 1998).

Caracterização clínica do TCAP incerteza diagnóstica
O comportamento alimentar no TCAP é caracterizado pela ingestão de grande quantidade de alimentos em um período de tempo delimitado (até duas horas), acompanhado da sensação de perda de controle sobre o quê ou o quanto se come. Para caracterizar o diagnóstico, esses episódios devem ocorrer pelo menos dois dias por semana nos últimos seis meses, associados a algumas características de perda de controle e não acompanhados de comportamentos compensatórios dirigidos para a perda de peso (Spitzer ,1993; Apa,1994).
Estudos demonstraram variabilidades consideráveis no comportamento alimentar de comedores compulsivos tanto durante os episódios de compulsão alimentar como nos intervalos. Este comportamento foi descrito como caótico diferindo dos indivíduos portadores de bulimia nervosa (BN) e obesos sem TCAP (Grilo, 2002). Os portadores de TCAP apresentaram baixos relatos de dietas restritivas quando comparados a pacientes com BN, que alternam entre compulsões e restrições alimentares. Os episódios compulsivos variavam quanto à hora em que costumam ocorrer com perda de controle, a hora sem esta perda e/ou perda de controle sem o consumo de uma grande quantidade de alimentos (Grilo, 2002).
Além disso, a compulsão alimentar também é acompanhada por sentimentos de angústia subjetiva, incluindo vergonha, nojo e/ou culpa. Alguns autores afirmam que um comedor compulsivo abrange no mínimo dois elementos: o subjetivo (a sensação de perda de controle) e o objetivo (a quantidade do consumo alimentar). Há um consenso geral no aspecto subjetivo da compulsão para seu diagnóstico, contudo, há controvérsias em relação ao aspecto objetivo, quanto ao tamanho e à duração de uma compulsão. Esta incerteza é refletida numa definição imprecisa da grandeza de um episódio de compulsão alimentar, sobre uma quantidade que é definitivamente maior do que a maioria das pessoas comeria e, além disso, seu critério de duração também é polêmico. Diferentemente da bulimia nervosa, onde uma compulsão é claramente concluída por comportamento purgativo, no TCAP, não há uma terminação lógica; conseqüentemente, a duração tem sido designada num período de duas horas, uma solução claramente insatisfatória (Stunkard, 2003).
O TCAP pode ser distinguido da BN em alguns pontos. Os portadores de TCAP costumam apresentar índice de massa corporal (IMC) superior aos portadores de bulimia nervosa (Geliebter, 2002). Além disso, a história natural da BN geralmente revela a ocorrência de dietas e perda de peso, enquanto que os comportamentos prévios do TCAP são mais variáveis (Striegel, 2001). Assim, pacientes com BN mostram maiores níveis de restrição alimentar comparados aos portadores de TCAP (Grilo, 2000).
Há evidências de que pacientes com TCAP ingerem significativamente mais alimentos do que as pessoas obesas sem compulsão alimentar (Goldfein, 1993). O TCAP pode ocorrer em indivíduos com peso normal e indivíduos obesos. A maioria tem uma longa história de repetidas tentativas de fazer dietas e sentem-se desesperados acerca de sua dificuldade de controle da ingestão de alimentos. Alguns continuam tentando restringir o consumo de calorias, enquanto outros abandonam quaisquer esforços de fazer dieta, em razão de fracassos repetidos. Em clínicas para o controle de peso, os indivíduos são, em média, mais obesos e têm uma história de flutuações de peso mais acentuada do que os indivíduos sem este padrão (Spitzer; 1993).
O estresse é um fator que pode levar ao aumento das compulsões alimentares. Durante situações estressantes, o cortisol é liberado estimulando a ingestâo de alimentos e o aumento do peso (Gluck, 2001). Estudo realizado por Geliebter et al. demonstrou que pessoas obesas têm uma capacidade gástrica maior do que as pessoas com peso normal, o que poderia limitar a quantidade de alimentos ingeridos e de saciedade. Segundo o mesmo autor, desconhece-se a existência de um transtorno alimentar que tenha sido predisposto por uma grande capacidade gástrica (Geliebter, 2002).
Estima-se a prevalêcia em TCAP numa dimensão variada, em parte devido à variação das definições de compulsão (Stunkard, 2003). Estimativas recentes de prevalência do TCAP na população americana indicam que 2% a 3% dos adultos em amostras comunitárias são portadoras do comer compulsivo. Entre os pacientes obesos que procuram tratamento clínico para perda de peso, os índices de prevalência variam de 5% a 30% (Grilo, 2002; Sptizer,1993). No Brasil, Appolinário (1995) , Coutinho (2000) e Borges (1998), encontraram uma prevalência entre 15% e 22% em pacientes que procuravam tratamento para emagrecer. Entre os pacientes que realizaram a cirurgia bariátrica, esta prevalência pode variar de 27% a 47% (Waldden, 2001; Smith,1998). Aproximadamente 20% das pessoas que se identificam como possuidoras de compulsão alimentar possuem diagnóstico de TCAP (Stunkard, 2003; Napolitano, 2001)
Em termos dos componentes psicológicos do transtorno, os pacientes com TCAP possuem auto-estima mais baixa e preocupam-se mais com o peso e a forma física do que outros indivíduos que também possuem sobrepeso sem terem o transtorno (Zwaan;1997)

Conclusão
De fato, o transtorno da compulsão alimentar periódica, como é conhecido atualmente, é uma síndrome do comportamento alimentar com características ainda incertas e às vezes conflitantes. Diferentes estudos já demonstram alguns sinais e critérios sugestivos de um diagnóstico sindrômico, contudo faltam diretrizes mais apuradas para organizar um grupo razoavelmente homogêneo e caracterizá-lo como categoria diagnóstica.

Referências bibliográficas
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Alexandre Pinto de AzevedoI; Cimâni Cristina dos SantosII; Dulcineia Cardoso da FonsecaII
IMédico psiquiatra. Coordenador do Grupo de Estudo, Assistência e Pesquisa em Comer Compulsivo e Obesidade — GRECCO/Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Ipq — AMBULIM — Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo — HC-FMUSP
IINutricionista clínica do GRECCO-AMBULIM/ IPq/ HC/ FMUSP

Endereço para correspondência



Endereço para correspondência
AMBULIM
Rua Dr. Ovideo Pires de Campos, 785 — 2º andar
05403-010 — São Paulo — SP
e-mail: ambulim@hcnet.usp.br
Fone: (11) 3069-6975

Recebido: 02/09/2004 - Aceito: 15/09/2004



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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Comer compulsivo

Alexandre Azevedo é médico psiquiatra, membro do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares (AMBULIM) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Nunca tivemos tanto acesso a alimentos como a partir da Segunda Guerra Mundial. A expansão da agricultura empresarial aumentou a oferta de todos os alimentos que passaram a ser produzidos em larga escala. Além disso, os produtos agropecuários provenientes de centros distantes  tiveram sua distribuição garantida durante o ano inteiro pelo sistema moderno de logística. De modo geral, tais medidas ajudaram a cair o preço dos alimentos e os tornaram mais disponíveis.
Como o ato de comer está associado à sensação de prazer, muitas vezes, comemos mais do que seria indicado para suprir as necessidades do nosso organismo. Não é difícil perder o controle diante da feijoada de sábado, do macarrão da mama ou da pizza com os amigos aos domingos. No entanto, é comum depois do terceiro ou quarto prato, sermos tomados de certo arrependimento e prometer que iremos comer frugal e comedidamente durante a semana inteira.
Há indivíduos, porém, que perdem o controle quando começam a comer. Esses são capazes de ingerir cinco ou seis mil calorias numa única refeição. São os comedores compulsivos, que precisam de ajuda para superar tal dificuldade.
COMPULSÃO ALIMENTAR
Drauzio – Qual a diferença entre perder o controle e comer exageradamente um dia e o que vocês definem, em psiquiatria, como comer compulsivo?

Alexandre Azevedo – O comer compulsivo é um padrão recorrente, ou seja, acontece com frequência e está associado à perda de controle. Quando pensamos em compulsão alimentar ou comer compulsivo, estamos nos referindo à pessoa que come grande quantidade de alimentos rapidamente, perde o controle e não consegue interromper a refeição mesmo quando se sente estufada ou plenamente saciada. Para caracterizar esse comer como doença é preciso que ocorra pelo menos duas vezes por semana.

Drauzio – Não caracteriza comer compulsivo o fato de a pessoa comer três ou quatro pratos de feijoada num almoço, se ela voltou a alimentar-se normalmente depois disso?
Alexandre Azevedo – Não caracteriza comer compulsivo se, naquele dia, a pessoa estava com vontade de comer feijoada, sentindo prazer durante a refeição e consciente de que exagerava na quantidade.
Pacientes com comer compulsivo referem-se sempre à perda de controle. Dizem que se servem a primeira vez, e repetem e repetem, pois não conseguem parar de comer. Apesar da sensação de estufamento e saciedade, muitos continuam comendo até vomitar, porque o estômago não suporta a enorme quantidade de alimento ingerido.

Drauzio – Traçando um paralelo com o alcoolismo, houve época em que se considerava alcoólico só quem bebia todos os dias. Hoje, o conceito de alcoolismo mudou e envolve a perda de controle diante da bebida.
Alexandre Azevedo - No sentido da perda de controle, alcoolismo e comer compulsivo são doenças semelhantes. No entanto, a orientação de evitar sempre o primeiro gole dada para os alcoólicos não pode ser seguida pelos comedores compulsivos, pois não há como evitar a primeira refeição.
Muitos profissionais questionam se de fato o comer compulsivo não seria uma forma de dependência, dependência de carboidratos ou de açúcar, por exemplo. Os próprios pacientes costumam dizer: – “Doutor, sou dependente de açúcar, ou sou dependente de carboidratos. Não posso comer de jeito nenhum, senão perco o controle”. Mesmo que isso seja possível, ao contrário das dependências químicas, como álcool e drogas, a pessoa precisa aprender não a evitar, mas a relacionar-se bem com todos os tipos de alimento.

Drauzio – No comer compulsivo, existe preferência por algum tipo de alimento?
Alexandre Azevedo – Fala-se muito em preferência por açúcar, mas quem trabalha com transtorno alimentar vê o problema de forma diferente. Embora muitos tenham compulsão por doces e pães, existem pacientes que perdem o controle diante de alimentos salgados, nas refeições principais ou fora delas e, por exemplo, no meio da tarde repetem o arroz, o feijão e a carne que comeram no almoço.

SÍNDROME ALIMENTAR NOTURNA
Drauzio – Gostaria que você falasse sobre as pessoas que se alimentam normalmente durante o dia, algumas são até frugais, mas que acordam de madrugada e atacam a geladeira com voracidade.


Alexandre Azevedo – A síndrome alimentar noturna é uma doença que vem sendo estudada nos últimos anos. Ela acomete pessoas que seguem, sem nenhum esforço, hábitos alimentares normais durante o dia, mas, à noite, duas ou três horas depois de terem adormecido, despertam com a necessidade de ingerir algum alimento. Em geral, nessas ocasiões, ingerem alimentos hipercalóricos, como os doces e os ricos em gordura, que não fazem parte da dieta usual desses pacientes. Às vezes, nem é por compulsão, porque a quantidade ingerida não é grande, mas sentem-se obrigadas a comer alguma coisa para voltar a dormir. Caso não o façam, ficam com insônia. Muitas chegam a sair durante a noite, se não encontram nada em casa. Só assim conseguem tranquilizar-se e dormir de novo. Uma das características dessa síndrome é que, uma vez alimentadas, o retorno ao sono é rápido.

Drauzio – As pessoas têm sempre consciência do que estão fazendo nesses momentos?
Alexandre Azevedo – Nem sempre. Trabalhos mostram que alguns pacientes têm consciência total do evento; outros têm lembrança parcial e há os que não se lembram de nada e só vão descobrir o que aconteceu, na manhã seguinte, porque encontram um pacote de bolacha na cama, um prato de comida sobre a mesa, a cozinha em desordem, ou o companheiro/a lhe diz: “Você acordou de madrugada, falei com você, mas você não me ouviu. Foi até a cozinha, depois voltou para cama e dormiu outra vez”.

Drauzio – A síndrome alimentar noturna pode ser considerada uma espécie de sonambulismo?
Alexandre Azevedo – É um distúrbio do sono chamado de parassonia (“comportamento ou evento psicológico anormal que ocorre durante o sono e na transição entre sono e vigília”), que se enquadra na classificação de sonambulismo. Não se sabe, porém, se é realmente sonambulismo porque outros distúrbios do sono são diagnosticados em quem apresenta tal comportamento.

Drauzio – Anos atrás, um artigo publicado sobre a síndrome alimentar noturna, afirmava que a liberação de certos mediadores cerebrais desses pacientes varia no decorrer do dia, e que, liberados à noite, provocariam a necessidade de comer.
Alexandre Azevedo – Entre outras causas, o sono normal depende da liberação adequada de duas substâncias: da melatonina – derivado da serotonina responsável pelo início e manutenção do sono – e da lipitina, produzida pelas células gordurosas e responsável pela sensação de saciedade, que não nos deixa sentir fome enquanto estamos dormindo. Pessoas que despertam no meio da noite para comer apresentam nível menor na produção de melatonina e de lipitina durante a madrugada e estariam sujeitas à insônia. Não se sabe, porém, se elas despertam por causa da sensação não consciente de fome fisiológica, ou se despertam e aí, sim, essa sensação vem à consciência. No entanto, é provável que a liberação desses dois mediadores cerebrais esteja mesmo relacionada com a síndrome alimentar noturna.

COMER COMPULSIVO NA INFÂNCIA


Drauzio – Distúrbios de comer compulsivo podem ser observados na infância?
Alexandre Azevedo – O comer compulsivo nem é um distúrbio categorizado na classificação internacional das doenças da Organização Mundial de Saúde. É visto pela Associação Psiquiátrica Americana como patologia que merece maiores estudos para ser categorizada. Dessa forma, a doença está sendo identificada apenas em adultos, na segunda ou terceira década de vida. Nada se tem falado sobre o comer compulsivo em crianças, mas, no dia a dia da clínica, percebe-se que existem várias com esse tipo de disfunção alimentar.
Entretanto, é bom que se diga que o principal erro na alimentação das crianças é cometido pelos pais, em virtude da oferta fácil de alimentos e porque muitos não conseguem estar com os filhos na hora das refeições nem podem contar com alguém para prepará-las e servi-las. Fica mais fácil, então, oferecer comidas rápidas, do tipo das servidas em lanchonetes. Com isso, as crianças vão incorporando maus hábitos alimentares.

FATORES GEÉTICOS E DE GÊNERO


Drauzio – Há concentração de casos de comer compulsivo em algumas famílias, fazendo supor que existam fatores genéticos associados?

Alexandre Azevedo – Existe a suposição de que existam fatores genéticos familiares associados, mas é muito difícil diferenciá-los do mau hábito alimentar que possa favorecer os episódios de compulsão. Embora seja comum encontrar comedores compulsivos com sobrepeso ou obesidade fazendo parte de famílias também com histórico de sobrepeso e obesidade, o mau hábito alimentar adquirido em casa pode ter servido de gatilho para o aparecimento da doença em vários membros dessas famílias. De qualquer modo, em psiquiatria, todos os fatores devem ser levados em consideração: ambiente familiar, social, de trabalho, questões genéticas e familiares e assim por diante.

Drauzio – Você disse que o aparecimento do comer compulsivo é mais freqüente na segunda ou terceira década de vida. Essa doença acomete mais homens do que mulheres?
Alexandre Azevedo – Trabalhos mostram que a prevalência é igual nos dois sexos, mas as mulheres procuram mais o tratamento do que os homens. Buscam tratamento não porque estejam preocupadas com os episódios de compulsão alimentar, que fica evidente quando se levanta histórico clínico, mas porque estão preocupadas com os sinais de sobrepeso ou obesidade. Em geral, os homens não se incomodam com isso até porque seja socialmente aceito que os homens comam mais e pesem mais do que as mulheres.
Em relação à idade, observa-se que, na segunda e terceira década de vida, podem desencadear ou facilitar o comer compulsivo tanto os eventos bons quanto os ruins (casamento, separação, perda de emprego, promoção no trabalho).

Drauzio – Qual é o índice de prevalência do comer compulsivo na população?

Alexandre Azevedo - No Brasil, não existem dados a respeito, mas pesquisas realizadas em outros países mostram que a doença acomete em torno de 1,5% da população geral adulta. Se forem selecionados os obesos, dependendo do trabalho, verificou-se que esse número pode subir até 8%, 10%, 12% e, se considerados apenas os obesos grau três, candidatos a cirurgia de redução do estômago, entre 25% e 50% desses pacientes apresentam compulsão alimentar.

Drauzio – O curioso é que o comer compulsivo não está obrigatoriamente associado à obesidade.
Alexandre Azevedo – Inevitavelmente, em algum momento, a maioria de comedores compulsivos se tornará obesa ou, pelo menos, com algum sobrepeso, pois é improvável que a ingestão de grande quantidade de alimentos, por longo período de tempo, não se reflita no ganho de peso.
No entanto, levando em consideração a questão genética e metabólica, a prática de atividade física regular ou a compensação alimentar que o portador possa fazer nos horários não compulsivos, seguindo uma dieta de baixo valor calórico, a alimentação do episódio de compulsão pode não favorecer o ganho de peso.
É preciso ter em mente que a compulsão alimentar não é só por alimentos ricos em carboidratos e gorduras. Manifesta-se também por alimentos que fazem parte da dieta equilibrada e, embora ingeridos em grandes quantidades, não são tão ricos em calorias.
Vamos supor que a ingestão calórica de uma pessoa gire em torno de 1.800, 2.000 calorias por dia. Num único episódio de compulsão alimentar, se comer açúcares e gorduras, ela poderá ingerir até 5.000kg/cal e, consequentemente, terá um sobrepeso importante.
Já se a compulsão for por frutas, por exemplo, a soma calórica total não vai ser tão grande e o comer compulsivo não reverterá necessariamente em sobrepeso ou obesidade.

TRATAMENTO

Drauzio – Como é encaminhado o tratamento de uma pessoa que perde o controle quando começa a comer?


Alexandre Azevedo – Hoje em dia, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, seguindo as normas da Organização Mundial de Saúde, não recomenda a prescrição de dietas de baixo valor calórico, mesmo para as pessoas com sobrepeso e obesidade. O tratamento deve sempre começar pela reeducação alimentar.
Drauzio – Em que consiste o trabalho de reeducação alimentar?
Alexandre Azevedo – Na reeducação alimentar, não se trabalha necessariamente sobre a redução de calorias diárias. Tenta-se adequar alimentos de valor calórico corretos e horários de refeição também corretos. De forma grosseira, significa que os alimentos próprios do café da manhã devem ser ingeridos no café da manhã; os do almoço, na hora do almoço e os o jantar, na hora do jantar. Parece óbvio, mas muitas pessoas não respeitam essa recomendação básica e comem no almoço o que deveriam ter comido no café da manhã. Outra medida importante é comer alguma coisa nos intervalos entre as três refeições principais. Agindo assim, mesmo que valor calórico do alimento seja baixo, o corpo irá perceber que está sendo constantemente alimentado.
Na verdade, para a reeducação alimentar não importa muito o valor calórico dos alimentos, se é alto ou se é baixo. O objetivo é educar o relógio biológico em relação aos horários alimentares para a pessoa perceber que é capaz de controlar os episódios de compulsão e de atingir um nível satisfatório de saciedade.
Muitos comedores compulsivos passam o dia fazendo restrição dietética. Dizem que não dispõem de tempo para alimentar-se por causa do excesso de trabalho ou da vida agitada que levam. Por isso, os episódios de compulsão ocorrem preferencialmente nos finais de tarde ou à noite. Ora, qualquer pessoa que passe o dia restringindo a alimentação, quando chegar em casa, vai ter um episódio de compulsão. É fisiológico. É uma resposta do corpo. Entretanto, se os alimentos forem distribuídos de forma regrada durante o dia, provavelmente esses episódios desaparecerão. O problema assume maiores proporções, quando a pessoa perde o controle e não consegue parar de comer, o que caracteriza o comer compulsivo.

Drauzio – E se a reeducação alimentar não for suficiente para o controle do comer compulsivo?
Alexandre Azevedo - Se a orientação nutricional falhar, o próximo passo é identificar fatores psicológicos, crenças, pensamentos que possam estar desencadeando os episódios de compulsão. O tratamento psicoterápico cognitivo-comportamental ajuda a desenvolver comportamentos que previnem o aparecimento desses episódios.
Drauzio – Você poderia dar um exemplo?
Alexandre Azevedo – Vamos citar o sentimento de frustração. A pessoa tem um traço de personalidade que a faz exigir muito de si mesma. No ambiente de trabalho, não consegue atender às próprias expectativas e, embora os outros elogiem seu desempenho, não atinge o nível de perfeccionismo almejado. Não ter alcançado plenamente a meta a que se propôs gera um sentimento de frustração que pode desencadear o episódio de compulsão, em geral, por doces e gorduras, porque são alimentos saborosos que reforçam a sensação de prazer e de recompensa. Já está provado que existe uma região do cérebro que é ativada pela ingestão de gordura e de doces.
Nos casos em que o fator psicológico desencadeia a compulsão, é preciso trabalhar o sentimento de frustração, a autocrítica e a autoavaliação como forma de prevenir o comportamento compulsivo. O terapeuta pode auxiliar o paciente a elaborar uma lista de soluções viáveis para enfrentar os momentos de compulsão. Existem algumas técnicas que ajudam: ler um livro, ouvir música, sair de casa, andar de bicicleta. Uma vez posta em prática uma delas, 30 ou 40 minutos depois, terá desaparecido a vontade de comer, isso se ele não estiver realmente com fome e já tiver corrigido os maus hábitos alimentares.

Drauzio – Muita gente tem o hábito de passar o dia todo praticamente sem comer e, ao chegar em casa, à noite, desvairada de fome, come demais. Esse comportamento não é altamente contra-indicado para quem tem compulsão alimentar?
Alexandre Azevedo – Não é indicado para ninguém e muito menos para as pessoas com distúrbio de compulsão alimentar, porque essas perdem o controle quando começam a comer. É quase certo que, depois de um dia mal alimentadas, ao chegarem em casa, farão uma verdadeira orgia alimentar. Comerão salgados, doces, frutas, alimentos congelados, criando uma situação constrangedora e desagradável para si mesmas e para os outros membros da família.

Drauzio – Às vezes, misturam feijão gelado com pizza e fazem outras combinações esdrúxulas de alimentos…
Alexandre Azevedo – Quando associam fome com desejo incontrolável, comem o que estiver disponível no momento, não importa o que seja.

Drauzio – Caso a reeducação alimentar e o tratamento psicoterápico não proporcionem bons resultados, o que pode ainda ser feito?
Alexandre Azevedo – Se não funcionarem a reeducação alimentar e a orientação psicológica, é a hora de entrar com a medicação.

CONSEQUÊNCIAS A LONGO PRAZO

Drauzio A longo prazo, quais são as consequências desse tipo de distúrbio?
Alexandre Azevedo Psiquicamente, não se conhece nenhum complicador do comer compulsivo. Sabe-se, porém, que comedores compulsivos têm alta prevalência de depressão e ansiedade, mas não se sabe se essa relação é anterior ou posterior ao comer compulsivo.
Na verdade, embora também possa provocar problemas gástricos por causa da ingestão exagerada de alimentos, a principal consequência do comer compulsivo é a obesidade. Invariavelmente, as pessoas se tornam obesas, porque aumentam o nível do metabolismo para uma ingestão calórica muito alta que, em geral, ocorre em dias intercalados. Por exemplo: comem exageradamente na segunda-feira, passam terça e quarta comendo normalmente e voltam a perder o controle na quinta-feira. Esse oscilar da ingestão calórica compromete o metabolismo e favorece o depósito de gordura.

EVOLUÇÃO DA DOENÇA

Drauzio – Sem tratamento, deixando a doença seguir seu curso natural, a tendência é que esses episódios de comer compulsivo se tornem mais frequentes ou a pessoa consegue adquirir certo controle?


Alexandre Azevedo – Não existe nenhum trabalho que mostre a evolução desse transtorno alimentar a longo prazo em pessoas que não receberam o tratamento. Por isso, é impossível estabelecer a diferença entre as que foram tratadas e as que não foram. A tendência é acreditar que os episódios de compulsão possam piorar. Se ocorriam uma ou duas vezes por semana, passam a ocorrer em quase todos os dias.
Lida-se, ainda, com a possibilidade de que, independentemente do tratamento, desaparecendo o evento que provocou estresse e desencadeou a compulsão, os episódios de comer compulsivo também desapareçam, mas tudo isso não passa de meras suposições.

BULIMIA NERVOSA E COMER COMPULSIVO


Drauzio – Indivíduos que, depois de comer compulsivamente, enfiam o dedo na garganta para vomitar, ou tomam laxativos em altas doses também são considerados comedores compulsivos?

Alexandre Azevedo – Esses indivíduos deixam de ser classificados como comedores compulsivos e passam a ser considerados portadores de bulimia nervosa, uma doença com características e tratamento diferentes e consequências piores.

Drauzio – Quer dizer que só são classificados como comedores compulsivos, quem não toma medidas para eliminar aquilo que comeu?

Alexandre Azevedo – Do ponto de vista médico e científico, só é considerado comedor compulsivo quem tem episódios de compulsão alimentar e não usa nenhum método consciente de compensação. Do ponto de vista social, porém, bulímicos e comedores compulsivos são enquadrados na mesma categoria.

PREVENÇÃO

Drauzio – Que medidas podem ser tomadas para prevenir o aparecimento desse tipo de transtorno alimentar?


Alexandre Azevedo – A principal medida preventiva é a boa alimentação. Os princípios da reeducação alimentar devem ser seguidos desde a adolescência com alguma flexibilidade, porque ninguém aguenta obedecer a um padrão de dieta muito restrito. A dica é observar os horários e os alimentos adequados para cada refeição: café da manhã, lanche, almoço, lanche, jantar, lanche; comida do almoço na hora do almoço e comida do jantar na hora do jantar. A prescrição de dietas é desaconselhada porque é preciso levar em consideração a vida de cada pessoa em particular. Outra dica importante é alimentar-se antes que a sensação de fome se instale.
Drauzio Não corremos o risco de comer muito com tantas refeições no mesmo dia?

Alexandre Azevedo – Não, se fizermos a escolha adequada dos alimentos. Por exemplo: ninguém deve comer um hambúrguer no lanche da manhã. Deve comer uma fruta, uma barra de cereal, alimentos que proporcionarão um grau de saciedade e a sensação de que o organismo está recebendo bom aporte calórico. A outra vantagem é que, na hora do almoço, com menos fome, será mais fácil controlar a quantidade de alimentos ingeridos.
Site
Fonte: www.ambulim.org.br

Lisboa-
ComMedida - Associação de Apoio a Doentes do Comportamento Alimentar
email: commedida@gmail.com
contacto:+351 965493081

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A LÓGICA DA BATATA… DOCE



Seria lógico pensar que a batata doce engorda, mas não é bem assim.

A batata doce apresenta um índice glicémico baixo, fornecendo energia de modo equilibrado. É considerada o carbohidrato ideal para os atletas, possuindo 5 vezes mais cálcio, o dobro das fibras e mais potássio do que a chamada batata inglesa.

Outras vantagens? Contribui para a prevenção de doenças cardiovasculares, doenças inflamatórias intestinais e prisão de ventre.


Prepare-a com casca, para manter todos os seus nutrientes, e asse ou coza. Fica uma delícia!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

GANHOU BOLOR. PODE APROVEITAR-SE?


Quantas vezes se deparou com bolor (coloração azulada, esverdeada ou esbranquiçada) no queijo, no pão, na fruta, nos doces, nos produtos enlatados (que nem sempre são consumidos de imediato)...
E quantas vezes cortou a parte com bolor e comeu o resto?
Nos dias que correm, aproveitar é a palavra de ordem, mas a resposta à nossa pergunta -
PODE APROVEITAR-SE? -
A resposta é NÃO!

O bolor é um fungo composto por 3 partes:
os esporos (parte visível), os galhos e as raízes. Estes últimos não se vêem e podem ter-se aprofundado no alimento, podendo causar reacções alérgicas e respiratórias, diarreias e até contribuir para o desenvolvimento de situações mais graves, como o cancro.
É certo que, nalguns casos a ingestão pode ser inofensiva, mas, na dúvida, evite o consumo.

Há também fungos benéficos para a saúde (como os dos queijos Gorgonzola e Roquefort), mas isso é outra história

sábado, 17 de agosto de 2013

OVO COZIDO PERFEITO. AFINAL TEM TRUQUE

Num prato principal ou como snack, um ovo cozido é sempre uma boa solução, deliciosa e nutritiva. Mas quem nunca acabou com metade do ovo agarrado à casca, ou com arabescos de clara cozidos fora da casca porque o ovo partiu antes da cozedura? E acertar com o grau de cozedura? Não é para todos. Ou melhor, não era!
A partir de agora, seja a rainha ou o rei do ovo cozido

1º - colocam-se os ovos num recipiente com água fria (nunca água quente!), até ficarem cobertos
2º - liga-se o lume no máximo, até ferver
3º - quando ferver, desliga-se o lume e tapa-se o recipiente. Os ovos vão ficar a cozer lentamente durante o tempo necessário para ficarem como gosta:
- mal cozidos – 1 a 2 minutos
- clara cozida e gema líquida – 3 a 4 minutos
- bem cozido – 5 minutos
4º - retire os ovos da água quente e deixe-os repousar durante 2 minutos à temperatura ambiente
5º - passe os ovos por água fria corrente, durante alguns segundos. Seque-os.
6º - para tirar a casca: parta um pouco nos dois topos, depois faça rolar o ovo, pressionando ligeiramente, para quebrar o resto da casca. Desta forma, vai soltar a membrana que por vezes é tão difícil de retirar.

E já está! Ovos perfeitos, no ponto desejado.
E acabaram-se as desculpas para os snacks super-calóricos que nos tentam diariamente quando procuramos soluções "mata-fome" de emergência

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Falta de sono provoca alterações na atividade cerebral que dão fome

Equipa de investigadores da Universidade da Califórnia estudou o cérebro de 23 pessoas

7 de agosto de 2013 - 10h06

A falta de sono provoca alterações na atividade cerebral que levam as pessoas a sentirem mais fome e um maior desejo de alimentos que engordam, revela um estudo publicado hoje na revista Nature Communications.

Investigações anteriores tinham encontrado uma relação entre a diminuição da duração do sono e o aumento rápido da obesidade nos países industrializados, mas, até ao momento, os cientistas eram incapazes de explicar porquê.

Neste estudo, uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia estudou o cérebro de 23 pessoas, utilizando aparelhos de ressonância magnética. A atividade do cérebro foi analisada após um noite completa de sono e depois de uma noite “em claro”.

Nas pessoas privadas de sono foram observadas perturbações nas regiões do córtex que avaliam a saciedade e as zonas associadas aos desejos irresistíveis tinham sido fortemente estimuladas.

“Fizemos uma outra descoberta interessante, foi que os alimentos mais calóricos eram particularmente procurados pelas pessoas privadas de sono”, disse Matthew Walker, um dos autores do estudo.

“Todas estas descobertas podem potencialmente explicar a ligação entre a falta de sono, o aumento de peso e a obesidade”, adiantou, em declarações por correio eletrónico, à agência France Presse.

O investigador considerou que dormir suficientemente “pode permitir controlar melhor o peso, através dos mecanismos cerebrais que regem as escolhas alimentares”.

Em todo o mundo, mais de um terço dos adultos com mais de 20 anos têm peso a mais e 11 por cento são obesos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.