quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Seis conselhos para desintoxicar o organismo

.... Quer desintoxicar??? Então siga os nossos conselhos. E desintoxique o seu organismo.

Os excessos das épocas festivas – na alimentação, na ingestão de álcool… – reflectem-se inevitavelmente no nosso organismo, através de um mal-estar intestinal ou até de uma sensação geral de ressaca… O corpo sente-se como que «intoxicado».

Felizmente, passados alguns dias, tudo parece voltar à normalidade. O problema é que a própria «normalidade» se pode afigurar, nos moldes actuais, algo «intoxicante» para o organismo: «uma vida apressada, com horários apertados, sem tempo para praticar qualquer tipo de actividades físicas e/ ou relaxantes, nem fazer refeições saudáveis, calmas e a horas, pode ser considerada um comportamento intoxicante» para o organismo, considera Alexandra Bento, presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas (APN).

A eliminação das toxinas acontece diariamente, mas, se os hábitos alimentares e de vida forem inadequados, é possível que o corpo comece a acumular resíduos. Por isso, agora que se iniciou um novo ano, aproveite para adoptar hábitos mais saudáveis, e, assim, «desintoxicar-se».

Os benefícios são vários: depurar o organismo, retardar o envelhecimento, aumentar a vitalidade, potenciar a memória e a agilidade mental, melhorar a produtividade, reforçar as defesas, prevenir doenças e alcançar um bom estado de saúde e bem-estar. E, quem sabe, até perder um ou dois quilinhos...

1. Beba, pelo menos, 1,5 litros de água por dia
O consumo de água é, «pelas suas várias funções ao nível da eliminação de toxinas», um dos maiores princípios de uma dieta desintoxicante, refere a nutricionista Alexandra Bento.

Em média, um adulto perde cerca de 2,4 litros de água por dia, através da urina, das fezes, da respiração e da sudação, pelo que é imperioso ingerir água numa quantidade que compense as perdas. A nutricionista Maria Paes de Vasconcelos aconselha a que se beba pelo menos «1,5 litros de água por dia» – cerca de oito copos –, já que, habitualmente, obtemos a restante quantidade de que necessitamos através dos alimentos.

Esta especialista reforça que «para hidratar o nosso organismo, deve-se beber, idealmente, sempre e só água». Mas, se for adepto(a) das infusões ou chás, também pode ir por essa via. Mas sem açúcar à mistura!

2. Use e abuse de frutas e verduras
Um dos aspectos a ter em conta numa alimentação depurativa é o reforço do consumo de frutas e verduras. «De uma forma geral, os alimentos de origem vegetal têm propriedades interessantes em termos de protecção do organismo. A riqueza em antioxidantes deste tipo de alimentos permite um bom controlo das agressões a que o organismo poderá estar sujeito, ajudando na eliminação de diversos tóxicos», afirma a nutricionista Alexandra Bento. Além disso, produzem uma revitalização geral do corpo.

Por isso, a presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas aconselha, no mínimo, o consumo de «cinco porções de hortofrutícolas». Dentro deste conjunto, alimentos como o limão ou o ananás são especialmente bem-vindos. O ananás, porque é a fruta diurética por excelência. Quase todas as dietas de emagrecimento recomendam o seu consumo porque desincha. Já o limão, devido à sua alta concentração de fitoquímicos, entre eles o limoneno, estimula as enzimas e limpa o fígado, eliminando melhor as gorduras e as toxinas presentes no organismo.

As sopas também são uma boa solução: «Trata-se de um caldo bastante rico, uma vez que consumimos os hortícolas e a água onde foram cozinhados», explica a especialista. «Apenas se vai perder alguma vitamina C porque é termo-sensível.»

3. Evite comida com muita gordura, açúcar, sal, corantes e conservantes e os produtos de confeitaria industrial
Se há alimentos e produtos indesejáveis numa alimentação que se deseja depurativa, os mencionados acima fazem parte dessa lista: «Alimentos que tenham na sua composição muita gordura, açúcares refinados e/ou sal» são de evitar, avisa a nutricionista Alexandra Bento.

Deve-se prescindir dos alimentos que contêm aditivos ou conservantes químicos, dos óleos hidrogenados (como as margarinas), das frituras, dos doces, enlatados, porque estes alimentos geram uma significativa quantidade de toxinas no nosso organismo.

4. Reduza a ingestão de álcool, tabaco e cafeína para o mínimo possível
Não é preciso explicar por que é que o consumo de bebidas alcoólicas é «intoxicante» para o organismo. A sensação geral de «ressaca» no dia seguinte a um comportamento abusivo de álcool, composta por incomodativos sintomas, que passam por dor de cabeça e mal-estar geral, é bem conhecida. E não vale a pena pensar que existem produtos milagrosos para combater esses efeitos. De acordo com Rui Tato Marinho, hepatologista e dirigente da Sociedade Portuguesa da Gastrenterologista (SPG), em declarações à Agência Lusa, o único remédio para a ressaca é o tempo, já que todos os outros produtos que prometem curar os efeitos do excesso de álcool são apenas «um negócio»…

Rui Tato Marinho avisa também para a diminuição das defesas do organismo a seguir à ingestão excessiva de bebidas alcoólicas. Por isso, o melhor é reduzir a ingestão de álcool.

Também a cafeína e os cigarros devem ser minimizados. O tabagismo é dos comportamentos mais tóxicos para o organismo, de tal modo que, vale sempre a pena lembrar, os fumadores vivem, em média, menos dez anos do que os não-fumadores…

5. Não coma mais do que o necessário
Comer de mais não é bom para o organismo. Não só porque contribui para o excesso de peso corporal – que, consequentemente, pode acarretar alguns problemas para a saúde –, mas também porque o fígado não é tão eficaz a desempenhar as suas funções, como eliminação de toxinas e outras.

Mas, atenção: quando dizemos para não comer de mais, não o(a) estamos a aconselhar a que coma de menos! Dietas restritivas não suprem as necessidades de vitaminas e minerais do organismo e comprometem a saúde e a beleza.

O segredo é fazer pelo menos cinco refeições por dia, mas não abusando na qualidade de alimentos ingeridos. Coma pausadamente e mastigue bem; assim, aperceber-se-á melhor de quando é que estará saciado(a), para que não caia em excessos.

6. Pratique alguma actividade física
A prática regular de actividade física é um comportamento considerado desintoxicante. «Associada a uma alimentação saudável, leva a um melhor estado de saúde em termos gerais. Concretamente, induz o gasto aumentado de energia, potencia a excreção de toxinas e alivia o stress», afirma a especialista Alexandra Bento. Por isso, deixe-se de desculpas e exercite-se! Não é preciso inscrever-se num ginásio (se bem que é uma opção bem-vinda): só tem de praticar, diariamente, algum tipo de actividade física - como andar a pé - por um período mínimo de 30 minutos (contínuos ou acumulados)... Do que é que está à espera?

Sem exageros
Quando ouvimos falar de dietas desintoxicantes, lembramo-nos de ementas à base de hortofrutícolas, que duram só alguns dias mas que, levadas ao extremo, são difíceis de cumprir. Contudo, o que lhe propomos é, mais do que uma dieta desintoxicante, uma alimentação e um estilo de vida saudáveis. Não durante alguns dias, mas durante todo o ano.

Porque, de um modo geral, uma alimentação sadia - «equilibrada, completa e variada, assente nos princípios da Roda dos Alimentos» –, associada à prática regular de actividade física é, por si só, depurativa – ou seja, permite-lhe «prevenir o aparecimento de diversas doenças e melhorar igualmente o seu aspecto exterior, ao nível da pele, cabelo, unhas, e conseguir a integridade das suas capacidades físicas e mentais», considera Alexandra Bento, presidente da APN.

A nutricionista acrescenta que «se fizermos confecções culinárias onde utilizemos os alimentos aconselhados pela Roda dos Alimentos, respeitando as quantidades indicadas, iremos contribuir para uma redução da ingestão de substâncias tóxicas e conseguiremos uma optimização da capacidade de eliminação de toxinas.»

Além disso, por mais benéficas que as dietas ditas desintoxicantes possam ser, convêm sempre que sejam seguidas por um nutricionista que se assegure da adequação das mesmas. Por isso, desintoxicar sim, mas sem exageros e sem dietas loucas!

Texto: Ana João Fernandes
Fonte: Sapo Saude

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